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BR vai constituir ‘tradings’ de gás, etanol e energia

24 de Outubro de 2019

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Três meses após se tornar uma empresa privada, a BR Distribuidora pretende estender sua atuação além da distribuição de combustíveis. O plano é criar comercializadoras (tradings) de etanol, energia e gás natural. Atual líder na distribuição, com 23% da rede de postos, a BR se prepara, livre das amarras legais de uma empresa estatal, para a abertura do mercado brasileiro de combustíveis.

Neste momento, a companhia está reduzindo custos. Contratos com fornecedores assinados quando a empresa ainda era uma subsidiária da Petrobras, no valor de R$ 7 bilhões, estão sendo renegociados. Na área de pessoal, a ideia é reduzir o quadro, hoje de cinco mil empregados, sendo dois mil terceirizados. Os principais concorrentes empregam, em média, três mil funcionários.

“Não é legal e bacana fazer ‘downsize’ [redução de tamanho], mas é necessário. Vamos realmente precisar fazer, dentro de todas as técnicas possíveis e inimagináveis de otimização”, disse, em entrevista ao Valor, o presidente da BR, Rafael Grisolia. O executivo deixou claro que o objetivo é aumentar a rentabilidade da empresa, cujo capital foi pulverizado desde a redução da presença da Petrobras, de 71,25%% para 37,5% das ações.

A partir de agora, a BR usará a posição de maior compradora de derivados de petróleo para negociar condições e preços melhores. Isso inclui a Petrobras, cujo monopólio no segmento de refino vai acabar, uma vez que a estatal pôs à venda metade de seu parque de refinarias. A distribuidora, informou Grisolia, não tem interesse em comprar esses ativos, ao contrário de seus dois maiores concorrentes - Ipiranga e Raízen.

“Vejo uma oportunidade gigantesca para a BR. A partir do momento em que as refinarias não pertençam a um só agente, poderemos estar livres dessa amarra que se impõe para nós, que é [o dono da refinaria] não nos enxergar como seu principal cliente”, comentou o executivo. Ao mesmo tempo em que pretende vender seus negócios nas áreas de geração de energia, distribuição de gás natural e produção de asfalto, ativos sem relação com sua vocação, a BR quer desenvolver os segmentos de lojas conveniência e serviços financeiros e entrar em comercialização, fazendo a ponte entre produtor e consumidor final nos segmentos de energia elétrica, gás e etanol.

Fonte: Valor Econômico – 24/10

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