01 de Junho de 2018
Notícias
As três distribuidoras de combustíveis do país solicitaram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) autorização para atuar em conjunto para tentar agilizar a retomada do abastecimento. O objetivo é negociar o compartilhamento de infraestrutura logística e estoques sem risco de ação por cartel no futuro.
A autorização foi concedida em caráter emergencial, pelo período de 15 dias, no qual as empresas terão que priorizar serviços públicos essenciais, como saúde e segurança pública. As empresas poderão criar centros integrados de logística para gerenciar em conjunto estoques e frotas de abastecimento.
O Cade proibiu que as empresas priorizem determinados consumidores que não estejam relacionados a serviços públicos essenciais. E determinou que as companhias mantenham atuação independente nesse período, sem o compartilhamento de informações estratégicas.
A ação conjunta será definida em negociações entre as empresas nos próximos dias. A Folha apurou que o pedido de autorização foi feito para evitar questionamentos por formação de cartel em um setor já alvo de ações nos órgãos de defesa da concorrência.
A medida vale para BR Distribuidora, Shell e Ipiranga, que são responsáveis por cerca de 65% das vendas de gasolina e 75% das vendas de diesel no país. Em 2017, tinham sua marca em 43% dos postos de combustíveis do país.
A distribuição de combustíveis no Brasil é feita por uma rede de cerca de 260 bases de armazenagem, em geral ligados a refinarias ou portos por onde o produto é importado. Dali, os combustíveis saem de caminhões para os postos de gasolina e outros consumidores finais.
O transporte de produtos das grandes distribuidoras é feito por frota própria ou empresas terceirizadas e, por isso, foi retomado mais rapidamente a partir do acordo do governo com os caminhoneiros.
Nesta terça (29), o fluxo era intenso nos arredores das bases ligadas à Refinaria Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio, e muitos caminhões conseguiram deixar a área sem escolta policial.
As empresas chegaram a obter 80 liminares para garantir o acesso às bases durante o período de paralisação, mas alegam que a ação dos grevistas impediu o tráfego dos caminhões. Muitos motoristas sofreram ameaças e caminhões de grandes empresas chegaram a ser depredados.
Cerca de 40% da frota dedicada ao transporte de combustíveis é de propriedade de postos, mas também deixou de circular no período de greve por medo de represálias.
Folha de São Paulo - 30/05/2018
Veja também
18 de Abril de 2024
Futuro do setor bioenergético brasileiro é tema de debate da Revista CanaOnlineNotícias
18 de Abril de 2024
Brasil apoia iniciativa indiana para sediar Aliança Global de BiocombustíveisNotícias
18 de Abril de 2024
Produtores brasileiros de etanol podem ser os primeiros beneficiados da indústria de SAFNotícias