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BR Distribuidora aumentará estoques se houver corrida aos postos após fim de subsídio

28 de Setembro de 2018

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A BR Distribuidora poderá aumentar seus estoques para enfrentar uma eventual corrida aos postos antes do fim do subsídio ao diesel que foi implantado em junho, após a greve dos caminhoneiros e com prazo de término em 31 de dezembro, informou o presidente da subsidiária da Petrobrás, Ivan de Sá.

O setor teme que, com o fim do desconto, a alta do preço leve o consumidor em massa aos postos de abastecimento.

Sá informou que a greve dos caminhoneiros não alterou apenas o mercado de diesel, que vinha sendo reajustado diariamente como a gasolina, e passou a ter um subsídio de R$ 0,30 por litro, mas o comportamento do consumidor brasileiro.

"Percebemos que no momento pós-greve a preocupação de não ter o combustível  logo ali à frente fez com que as pessoas fizessem mais viagens ao posto, mantendo o tanque o mais cheio possível", disse após evento na Rio, Oil & Gas.

A BR Distribuidora está em plena negociação com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para receber R$ 25 milhões que considera como perdas da importação de diesel em um período de transição, quando as importações por conta e ordem não eram admitidas no programa de subsídio.

A importação por conta e ordem de terceiro é um serviço prestado por uma empresa que promove, em seu nome, o despacho aduaneiro de importação de outra empresa. "Estamos discutindo esse valor com os órgãos competentes, esse valor que não foi coberto, algo em torno dos R$ 25 milhões", informou.

Lojas de conveniência

Ivan de Sá informou que está conversando com "um pouco menos de 10 parceiros" para ampliar a penetração das lojas de conveniência nos postos de abastecimento da companhia, um projeto que deverá levar cerca de três anos. A ideia é dobrar o número de lojas, hoje 1.400 nos 8 mil postos da empresa.

"O principal projeto é o aumento da rede de postos, mas temos esse também da BR Mania, que também é um projeto muito forte dentro da BR", disse após o evento, informando que entre os eventuais parceiros existem varejistas e restaurantes, tanto brasileiros como estrangeiros. "Ainda estamos definindo", limitou-se a dizer. "Esse ano a gente pretende ter a definição do modelo que vai ser adotado, e ver que parceiro que tem vocação para ele", explicou.

O executivo disse crer na retomada da economia brasileira, independente de quem ganhar a eleição, e tem identificado o crescimento do market share da empresa, que apesar ainda estar em torno dos 24%, como no ano passado, tem dado sinais de recuperação.

"Na distribuição o que a gente vê é uma economia que não vem crescendo. Acredito que vai ter uma retomada da economia, mas é preciso ter melhor definição de quais são as regras que vão valer, e, com isso, a economia vai se recuperar", avaliou.

O Estado de São Paulo - 27/09/18

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