25 de Outubro de 2018
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O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, líder nas pesquisas, desistiu da proposta de fundir o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) com o da Fazenda caso seja eleito. Em transmissão ao vivo nas redes sociais ontem à noite, Bolsonaro mencionou o encontro que teve com empresários do setor na segunda-feira, em que eles manifestaram preocupação com a integração das pastas.
“Se esse é o interesse deles, para o bem do Brasil, vamos atendê-los. Vamos manter o Ministério da Indústria e do Comércio, sem problema nenhum”, afirmou o candidato. Na segunda-feira, executivos de entidades que representam 32% da produção industrial do País entregaram um manifesto de apoio ao candidato e fizeram algumas críticas.
Os industriais reclamaram da proposta de reduzir taxas de importação e manifestaram preocupação com a intenção de incorporar o Mdic à superpasta que deverá ser comandada pelo economista Paulo Guedes, com atribuições que hoje cabem aos Ministérios da Fazenda e do Planejamento.
Ontem, Bolsonaro também sinalizou que pode voltar atrás na ideia de unir os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. A proposta tem recebido críticas de ambientalistas. “Da minha parte, eu estou disposto a negociar, eu falei para o pessoal do agronegócio, eles estão concordando. Alguns estão discordando. Vamos chegar ao meio-termo. E, se for mantido dois ministérios, eu vou botar como ministro do Meio Ambiente uma pessoa que não tem vínculo com o que há de pior neste meio, que nós sabemos. ”
Desencontro
Mais cedo, depois de visitar Bolsonaro, o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, teve de recuar em relação à defesa da fusão dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. “Podemos sim rever a fusão da pasta da Agricultura e do Meio Ambiente, se tiver de funcionar a pasta da Agricultura aqui e o Ministério do Meio Ambiente lá, tudo bem, vai valer a vontade da maioria da sociedade brasileira, ninguém quer mais um governo autoritário, duro, sem flexibilidade, com arrogância”, disse ao sair do encontro com o candidato do PSL, que lidera a disputa.
A declaração contradiz outra entrevista dada por Garcia pouco antes da visita, quando disse que era “inevitável” a fusão dos dois ministérios por serem os que mais têm sintonia. O presidente da UDR chegou a se exaltar quando questionado sobre o motivo do recuo, afirmando que o governo de Jair Bolsonaro será flexível e não autoritário.
Apesar de não ter seu nome confirmado, Garcia admitiu que o futuro ministro da Agricultura surgirá da base ruralista. “Se for melhor para o Brasil que haja o Ministério da Agricultura separado do Meio Ambiente, depois de eleito todos vão sentar e o presidente vai ouvir toda a sociedade”, disse.
Acompanhado de cerca de 40 ruralistas que afirmaram apoiar o nome de Garcia para ministro, o líder da UDR informou que não teve sua nomeação confirmada para a pasta, “nem era esse o objetivo da visita”, e declarou: “Hoje foi a vez dos produtores, de quem ajuda a pagar a conta do Brasil. Viemos reiterar nosso apoio, que sempre demos, incondicional desde o início da caminhada, não nos 45 minutos do segundo tempo. Hoje (ontem) ele reiterou que a base produtora vai indicar a composição do Ministério da Agricultura”.
O Estado de São Paulo - 25/10/18
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