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Biosev: moagem cresce 17,1% no 1º trimestre; mix para etanol chega a 64,9%

10 de Agosto de 2018

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A Biosev informou nesta quinta-feira que suas usinas processaram 11,27 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no primeiro trimestre da safra 2018/2019 (1T19), alta de 17,1% sobre o total de 9,62 milhões de toneladas em igual período da safra passada.

 "O maior volume de moagem é resultado principalmente dos aumentos de 29,7% na área colhida e de 12,7% no processamento de cana de terceiros. Estes efeitos foram parcialmente compensados pela redução de 5,1% na produtividade, afetada principalmente pelo menor nível de chuvas de janeiro a março, período de formação do canavial", informou a companhia em nota.

Segundo a Biosev, o mix de destino de cana para a produção de etanol ficou em 64,9% no primeiro trimestre de 2018/2019 e apenas 35,1% para o açúcar, o maior porcentual ao biocombustível em sete anos para o período. Em igual período de 2017, o mix era de 47% para o etanol e 53% para o açúcar.

Com isso, a produção de etanol cresceu 63% entre os períodos, de 320 milhões para 522 milhões de litros, e a de açúcar recuou 22,4%, de 587 mil para 456 mil toneladas. A cogeração de energia elétrica para venda foi de 317 Gwh, alta 13,7%. A Biosev não divulgou até o momento o guidance operacional e nem o financeiro para a atual safra.

A companhia realiza teleconferência amanhã, às 12 horas (Brasília), para detalhar os resultados do trimestre.

       .A disparada do dólar entre abril e junho deste ano pesou sobre os resultados da Biosev, controlada da Louis Dreyfus Company (LDC), no primeiro trimestre da safra 2018/19. Além de ter ampliado o tamanho da dívida, a variação cambiou inflou o tamanho das despesas financeiras, que colaboraram para que a companhia terminasse o trimestre com prejuízo de R$ 506,5 milhões.

Em comparação com o mesmo trimestre da safra passada, o prejuízo foi 12,3% menor. Essa diferença deveu-se a um impacto positivo de imposto de renda diferido no valor de R$ 151 milhões, explicou a Biosev, em nota.

No primeiro trimestre, apenas a variação cambial teve efeito negativo de R$ 525,5 milhões. Não fosse esse impacto, o resultado financeiro líquido seria negativo em R$ 12,9 milhões, bem abaixo de um ano atrás devido à redução das despesas com juros e a ganhos com derivativos.

No lado operacional, a receita ficou em R$ 1,9 bilhão, redução de 2% na comparação anual. Houve forte retração das vendas de açúcar por causa da paralisação dos caminhoneiros e pela decisão da companhia de carregar o produto em estoque. No fim do período, a Biosev tinha estocadas 173 mil toneladas de açúcar, mais que o dobro de um ano antes.

O faturamento só não caiu mais porque a Biosev elevou as vendas de etanol no mercado interno e de energia cogerada do bagaço da cana, além de ter obtido mais receitas com trading de commodities - negócio que também tem custo maior.

A redução das vendas de açúcar, porém, pesou sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado (excluído efeitos de revendas e da contabilidade de hedge em moeda estrangeira), que caiu 13%, a R$ 245 milhões. Mas a margem Ebitda melhorou - em 0,8 ponto, para 23,7% - ante a redução dos custo de produção e de despesas com vendas.

A alta do dólar também ajudou a aumentar o peso da dívida no balanço, já que enquanto 86% da dívida bruta de R$ 6,3 bilhões da Biosev estava indexada ao dólar, apenas 33,3% do caixa de R$ 1,3 bilhão estava atrelada à moeda americana.

Assim, a dívida líquida cresceu quase 50% entre o fim do quarto trimestre da safra 2017/18 e o fim do último período, a R$ 4,966 bilhões. Além do câmbio, a alta refletiu o aumento de captações e pagamentos de passivo relacionado a adiantamentos à LDC de R$ 718 milhões. Ao fim do trimestre, o índice de alavancagem subiu para 2,9 vezes - era de 2,1 vezes no trimestre anterior.

Fonte: Valor Econômico - 10/08/2018

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