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Banco Central diz que monitora atentamente impacto do coronavírus na economia brasileira

04 de Março de 2020

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Após mais um dia de reações do mercado e de governos diante da propagação do coronavírus e seus possíveis impactos para a economia global, o Banco Central divulgou uma nota nesta terça, 3, enfatizando que "monitora atentamente os impactos do surto de coronavírus nas condições financeiras e na economia brasileira".

De acordo com a autoridade monetária, "à luz dos eventos recentes, o impacto sobre a economia brasileira proveniente da desaceleração global tende a dominar uma eventual deterioração nos preços de ativos financeiros".

O BC avisou, no entanto, que vai avaliar nas próximas duas semanas os efeitos do surto na trajetória da inflação para decidir os rumos da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 4,25% ao ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorrerá nos dias 17 e 18 de março.

Na nota, o BC ainda citou o 15º parágrafo da última ata do Copom (de fevereiro), que dizia que: "o eventual prolongamento ou intensificação do surto implicaria em uma desaceleração adicional do crescimento global, com impactos sobre os preços das commodities e de importantes ativos financeiros. O Copom concluiu que a consequência desses efeitos para a condução da política monetária dependerá da magnitude relativa da desaceleração da economia global versus a reação dos ativos financeiros."

Na última decisão do Copom, quando cortou a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, o colegiado informou "ver como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária".

Entretanto, com o aprofundamento das incertezas em torno dos efeitos do surto de coronavírus nas últimas semanas, a maior parte do mercado passou a apostar em um novo corte na Selic neste mês.

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou nesta terça-feira em medida extraordinária, um corte nos juros dos fed funds em 50 pontos-base, para a faixa entre 1,0% e 1,25%. A instituição disse em breve comunicado que os fundamentos para a economia dos Estados Unidos "continuam fortes", mas que o coronavírus representa "riscos à atividade econômica".

De 27 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast após a decisão de hoje do FED, apenas nove projetam manutenção da taxa Selic na atual mínima histórica, de 4,25%. Entre as que esperam novos estímulos monetários, 15 acreditam em cortes de 0,25 ponto porcentual e outras três, de 0,50 ponto. Após o Copom de fevereiro, 39 das 41 casas ouvidas previam permanência da Selic.

 

Fonte: O Estado de S. Paulo - 03/03

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