15 de Outubro de 2018
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No passado, a limitação dos carros elétricos era a autonomia. No caso da primeira geração do Nissan Leaf (lançada em 2010), uma carga completa permitia deslocamento de no máximo 160 km. Já a segunda geração, lançada no ano passado, reduziu drasticamente a dependência da tomada. Agora, o modelo japonês (um dos elétricos mais vendidos do mundo) tem autonomia declarada de 350 km.
O caso do Leaf não é isolado. Com o avanço tecnológico das baterias, pouco a pouco os elétricos vão elevando a autonomia. A tal ponto que os modelos mais modernos já se aproximam dos veículos movidos a etanol e gasolina no que diz respeito a intervalo entre abastecimentos.
O Chevrolet Bolt (modelo da foto, que, a exemplo do Leaf, deverá ser vendido no Brasil no ano que vem) tem autonomia de cerca de 400 km, além de uma capacidade de aceleração surpreendente. Segundo a montadora, o Bolt faz 0 a 96 km/h (0 a 60 milhas/hora) em 6,5 segundos.
O Salão de Paris deste ano, que vai até domingo, dia 14, foi palco de vários lançamentos de automóveis elétricos, todos com foco na autonomia. É o caso, por exemplo, do BMW i3, que ganhou baterias com maior capacidade.
De acordo com a montadora de Munique, as baterias de alta voltagem elevaram em 30% a autonomia do i3. Em situações de tráfego real (que leva em conta o trânsito, e não apenas as medições de laboratório), a marca alemã informa que o novo modelo consegue rodar 260 km. O modelo atual (que está à venda no Brasil) tem autonomia estimada de cerca de 180 km entre recargas.
Como comparação, quando foi lançado, em 2013, o i3 tinha bateria de 60 ampères hora (Ah) e 22,6 quilowatts hora (kWh). Em 2016, a segunda geração da bateria chegou com capacidade para 94 Ah e 33 kWh, respectivamente. Agora, o conjunto foi para 120 Ah e 42,2 kWh.
O i3 é atualmente o único veículo elétrico à venda no Brasil, e custa a partir de R$ 199.950. A BMW informa que não há prazo para a estreia do novo modelo no País.
A Peugeot está apresentando em Paris o protótipo e-Legend, um cupê de condução autônoma com linhas inspiradas no 504, modelo produzido entre 1963 e 1983. O motor elétrico rende 462 cv de potência e 81,6 mkgf de torque. A autonomia, de acordo com a marca francesa, é de 500 km.
A Mercedes-Benz mostrou o primeiro modelo de sua submarca EQ. O EQC é um SUV que deverá concorrer com o Audi e-tron e o Jaguar I-Pace. Tem dois motores que juntos geram 407 cv e 78 mkgf. Segundo a Mercedes, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos e tem autonomia de 320 km.
O Porsche Taycan (nome oficial do protótipo Mission E, apresentado em 2015) é um esportivo que deverá conciliar grande autonomia (500 km) com ótimo desempenho, e que deve vir para concorrer com o Tesla Modelo S.
A empresa anuncia aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 3,5 segundos, e 0 a 200 km/h em menos de 12 segundos. A previsão é a de que o modelo entre em produção no fim do ano que vem. Para o Brasil, ele é esperado para 2020.
Antes dele, a Audi deverá lançar aqui o e-tron (abaixo), um SUV que também tem autonomia na casa dos 500 km, em condições de laboratório. Em situações do dia a dia, a montadora sediada em Ingolstadt divulga autonomia de aproximadamente 400 km. O modelo tem dois motores que em conjunto rendem até 402 cv de potência e 67,7 mkgf de torque.
Quando chegar ao Brasil, o modelo da Audi já encontrará rodando por aqui o Jaguar I-Pace, previsto para estrear nas lojas no início do ano que vem. O elétrico inglês tem dois motores que entregam 400 cv e 71 mkgf de torque. Oferece tração 4×4, é capaz de chegar a 100 km/h em 4,5 segundos e tem autonomia de 480 km, segundo a fabricante.
Na véspera da abertura do Salão de Paris à imprensa, o presidente da Aliança Renault, Nissan e Mitsubishi, o brasileiro Carlos Ghosn, apresentou pela primeira vez a versão elétrica do Renault Kwid. Batizado de K-ZE, o subcompacto será produzido na China a partir do ano que vem, numa joint venture com a chinesa Dongfeng.
O executivo não revelou detalhes técnicos do carro, mas informou que ele terá autonomia de 250 km, número relevante considerando-se as dimensões do K-ZE.
Ghosn garante que a produção em alta escala na China vai permitir que o K-ZE tenha preço acessível. Assim, após abastecer o mercado chinês, há a expectativa de o modelo ser vendido também em outros mercados emergentes, como Brasil e China. Não há, no entanto, prazo para que isso ocorra.
A Volkswagen anunciou que sua linha elétrica I.D. terá autonomia de até 540 km. Compõem a família I.D. os modelos I.D. Crozz (SUV), I.D. Buzz (versão moderna da Kombi) e I.D. Vizzion (sedã). A expectativa é que os modelos entrem em produção em 2020.
Jornal do Carro/O Estado de São Paulo - 15/10/18
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