16 de Julho de 2019
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Os países membros da Global Sugar Alliance (Aliança Global do Açúcar em tradução livre) apoiam o estabelecimento de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) para investigar e deliberar sobre os subsídios da Índia ao açúcar.
A ação, liderada pelos membros da Global Sugar Alliance, Austrália, Brasil e Guatemala, cobra da Índia uma prestação de contas sobre as políticas que distorcem o comércio internacional da commodity. A situação vem ganhando proporções preocupantes desde 2018, quando Austrália e Brasil acusaram as práticas indianas.
Os impactos adversos das políticas foram sentidos em todo o mundo. O dumping do açúcar subsidiado no mercado global reduziu os preços, a renda e colocou em risco empregos nas indústrias mais eficientes do mundo.
"A Índia, como todos os membros da OMC, concordou em obedecer a um conjunto de regras e compromissos internacionais que permitem o comércio mundial e proíbem subsídios injustos que distorcem o mercado", disse Greg Beashel, diretor-geral da Global Sugar Alliance e da QSL. "É hora de a Índia se retratar."
Os preços da cana-de-açúcar da Índia devem estar atrelados aos preços do açúcar no mercado internacional e seus excessivos subsídios à exportação devem ser eliminados. Um passo importante seria desviar o excesso de açúcar para a produção de etanol e restringir o apoio à indústria aos parâmetros estabelecidos pela OMC, acrescentou Eduardo Leão de Sousa, diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).
O trader internacional da Associação Guatemalteca de Açúcar, Leopoldo Bolaños, disse que a Guatemala não tem opção a não ser se unir à ação da OMC. Nós simplesmente tivemos que nos juntar a nossos amigos australianos e brasileiros para tomar essa ação na OMC. Nossas indústrias estão sofrendo danos significativos como resultado direto dos subsídios da Índia, disse ele.
A ação da Austrália, Brasil e Guatemala recebe o apoio da maioria dos integrantes da Global Sugar Alliance.
"A indústria açucareira tailandesa concorda totalmente com a ação", disse Vibul Panitvong, presidente do conselho executivo da Thai Sugar Millers Corporation. Estamos trabalhando com o governo, pedindo que apoie a Austrália, o Brasil e a Guatemala nesta importante iniciativa da OMC.
A posição é reforçada pela presidente do Canadian Sugar Institute, Sandra Marsden: a ação é necessária porque a Índia está ignorando suas obrigações na OMC. Estamos incentivando o governo canadense a participar como terceiro, assim que um painel for estabelecido.
Sobre a Global Sugar Alliance
A prioridade da Global Sugar Alliance é garantir um mundo no qual o açúcar possa ser comercializado livremente nos mercados regionais e globais. Isso significa reduzir a proteção das fronteiras, remover os apoios internos que distorcem o comércio e eliminar os subsídios à exportação.
A Global Sugar Alliance reúne 85% das exportações mundiais de cana-de-açúcar. Os membros, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Índia, Guatemala, África do Sul e Tailândia, defendem ativamente a melhoria do ambiente comercial para garantir o tratamento justo e igualitário do açúcar e do etanol nos diferentes mercados. Trabalhamos em estreita colaboração com nossos governos para remover restrições que impedem que consumidores, onde quer que estejam, tenham aceso à açúcar e etanol a preços competitivos.
Fonte: JornalCana - 16/7
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