25 de Outubro de 2019
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A aprovação da reforma da Previdência na última quarta-feira (23), que alterou as regras de aposentadorias e pensões para 72 milhões de brasileiros, especialistas e entidades agora olham para frente e para as próximas mudanças estruturais que deverão acontecer.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) já destacou, inclusive, em entrevista dada à imprensa em uma viagem ao Japão, que o governo vai investir em outras reformas, como a tributária e a administrativa.
“A que for mais fácil passar, as duas são importantes. A tributária sempre é complicada, há muito tempo se tenta e não se consegue. Acredito eu que a administrativa vai ser de menos difícil tramitação”, afirmou ele, de acordo com informações da Agência Brasil.
Em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, profissionais concordam que é muito importante para o Brasil que essas reformas ocorram – e rapidamente. Mas qual deverá ser o próximo passo?
Para o professor do departamento de economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Marco Flávio da Cunha, o momento é de focar na reforma tributária. Para ele, aliás, ela deveria ter vindo antes mesmo das transformações na Previdência.
“O problema da Previdência realmente existe, com a questão demográfica e os privilégios. Há pessoas vivendo mais e menos indivíduos nascendo, consequentemente, menos gente no mercado contribuindo. Esse processo, porém, ia crescer devagar ao longo do tempo. Não era imprescindível que a reforma da Previdência fosse realizada em 2019”, destaca.
A tributária, por outro lado, diz ele, precisa acontecer com mais urgência, apesar de ser a mais difícil de ser realizada. O professor da UFMG ressalta que as contas do governo estão desequilibradas e que é preciso resolver essa situação. Além disso, Marco Flávio da Cunha afirma que a reforma tributária também tem de ser feita por uma questão de justiça social e porque ela afeta a competitividade das empresas.
O professor ressalta que, pagando altos impostos, as organizações precisam repassar o preço ou perder lucro e, assim, muitas vezes, não conseguem mais competir com os produtos importados e nem exportar.
Disso, surge toda uma reação em cadeia: há menos produção, menos pessoas contratadas e consumo menor, afetando toda a economia.
O professor e coordenador do curso de administração do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec-BH), Eduardo Coutinho, acredita que a reforma da Previdência está atrasada há algumas décadas e que deveria ter sido realizada ainda nos anos 90. “Se tivesse sido feita naquela época, estaríamos, atualmente, em uma situação melhor”, avalia.
Fonte: Diário do Comércio - 25/10/19
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