03 de Janeiro de 2019
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Após disparar em meados do ano, o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras entrou em trajetória de queda e fechou 2018 14,3% menor do que o verificado no último dia de 2017. Nas bombas, porém, os preços subiram na mesma comparação. Já o diesel e o gás de botijão fecharam 2018 mais baratos.
De acordo com pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), a gasolina era vendida na semana passada pelos postos a R$ 4,344 por litro, na média nacional, 1,75% superior aos R$ 4,265 vigentes na última semana de 2017, em valores corrigidos pela inflação.
Nas refinarias, o preço médio da gasolina no fim de 2018 era R$ 1,5087 por litro, quase R$ 0,26 por litro abaixo dos R$ 1,7619 vigentes ao fim de 2017 (também corrigido pela inflação).
Os números coletados da ANP mostram que houve aumento da margem de lucro dos postos, que passou de R$ 0,410 para R$ 0,485 por litro (alta de 18,3%) entre as últimas semanas de 2017 e de 2018. Mas o valor ainda é insuficiente para justificar a diferença integral entre o movimento das refinarias e o das bombas.
A carga tributária sobre o combustível também subiu, na esteira da escalada dos preços de refinaria entre o fim do primeiro semestre e o começo do segundo, quando as cotações internacionais do petróleo e a taxa de câmbio dispararam.
O cenário, que levou à deflagração da paralisação dos caminhoneiros, levantou questionamentos sobre a política de preços da Petrobras entre consumidores e dentro do próprio governo Temer, o que levou à renúncia do então presidente da estatal Pedro Parente.
No fim de maio, o governo decidiu congelar o preço do diesel e subsidiar produtores e importadores. Em setembro, a Petrobras anunciou a possibilidade de segurar os preços da gasolina por até 15 dias, em caso de excessiva volatilidade externa.
Nas bombas, segundo a ANP, o preço do diesel fechou o ano em R$ 3,451 por litro, praticamente estável com relação ao fim de 2015 (queda de 0,28%, considerando a inflação do período). Nas refinarias, a queda durante o ano foi de R$ 5,95%.
O programa de subvenção que garantia ressarcimento de até R$ 0,30 por litro foi encerrado no dia 31 de dezembro. No dia 1º de janeiro, a Petrobras elevou o preço de refinaria em 2,5%.
Já o preço do botijão de gás, que teve em 2017 o maior aumento de 15 anos, caiu 1,31% nas revendas em 2018, fechando o ano em R$ 69,21. No ano anterior, o preço de venda do produto ao consumidor final subiu 16,4%, menor apenas que os 34% de 2002.
A escalada levou 1,2 milhão de famílias brasileiras a buscar alternativas como lenha e carvão para cozinhar alimentos, segundo pesquisa divulgada em abril pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Folha de São Paulo - 02/01/2019
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