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Agronegócio impulsiona renda e emprego no Centro-Oeste

29 de Junho de 2018

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Entre as 5.471 cidades pesquisadas para a elaboração do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), o município goiano de Cristalina foi o primeiro colocado no quesito emprego e renda. A liderança nesse indicador específico reflete o avanço, impulsionado pelo agronegócio, da região Centro-Oeste, que alcançou o Sul e o Sudeste em termos de desenvolvimento socioeconômico.

Ao fim de 2016, 92,4% das cidades do Centro-Oeste tinham desenvolvimento alto ou moderado, pelos critérios do IFDM. No Sudeste, o percentual era de 92,9% e no Sul, de 98,8%. Mantido o ritmo atual, o Centro-Oeste poderá ultrapassar o Sudeste num futuro próximo, segundo projeções da Firjan.

"O Centro-Oeste deverá ultrapassar o Sudeste na próxima edição, porém esse resultado não deve ser sustentável. Devido ao tamanho do mercado de trabalho, o Sudeste voltará a ocupar a segunda posição entre as regiões do país, quando os Estados tiverem plena recuperação", justifica Jonathas Goulart, coordenador de estudos econômicos da entidade.

No caso de Cristalina, pesaram favoravelmente os empregos gerados pelo cultivo de soja e cereais, além dos postos de trabalho criados pela atividade de construção, especialmente de estações e redes de distribuição de energia elétrica. Entre o primeiro trimestre de 2014 e o mesmo período de 2018, a redução no volume de empregos com carteira assinada no Centro-Oeste foi de 2,9%, informa Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE. O percentual contrasta com a diminuição de 13% ocorrida no Nordeste e de 10% no Sudeste, no período.

Entre os 500 municípios mais desenvolvidos do Brasil, 7% estavam no Centro-Oeste. O percentual é quase três vezes superior ao registrado dez anos antes (2,4%). Mesmo com a evolução da região, o ranking das 500 cidades com maior desenvolvimento socioeconômico ainda é dominado pelo Sul e o Sudeste, que juntos abarcam 91,2% dos municípios.

A lista dos 500 municípios mais bem posicionados no IFDM é encabeçada por três cidades paulistas: Louveira, Olímpia e Estrela do Norte. A primeira é sede de multinacionais relevantes, enquanto Olímpia é um destino turístico popular. Já Estrela do Norte se destacou pela geração de empregos em obras de urbanização.

As deficiências dos municípios do Norte e Nordeste nas áreas de saúde e educação ainda são o principal motor da desigualdade socioeconômica entre as regiões brasileiras, conforme indica o levantamento da Firjan.

Em 2016, Norte e Nordeste concentravam 96,4% das 500 cidades com pior desempenho no IFDM. Em dez anos, a proporção de municípios do Norte e Nordeste na lista dos 500 menos desenvolvidos se manteve praticamente inalterada. Em 2006, ambas as regiões, juntas, respondiam por 96% da lista.

No Brasil, o alto desenvolvimento é para poucos: na edição deste ano, com base em dados de 2016, só 431 municípios foram classificados na categoria de alto desenvolvimento. A cidade com menor IFDM era Ipixuna (AM), que teve também a pior avaliação na saúde, devido à falta de atendimento básico de qualidade nesta área.

O segundo pior resultado no ranking geral foi o de Sebastião Barros. O município piauiense apresentou queda nas três vertentes pesquisadas (emprego e renda, saúde e educação), com destaque negativo para a taxa de abandono escolar.

Fonte: Valor Econômico – 29/06/2018

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