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Açúcar/Índia: Governo deve dobrar taxa de importação para 100%, diz ISMA

11 de Janeiro de 2018

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A Índia deve elevar sua taxa de importação de açúcar dos atuais 50% para até 100% nos próximos dias, disse a Associação das Usinas de Açúcar da Índia (Isma, na sigla em inglês), em nota. A medida seria uma forma de barrar a entrada da oferta do Paquistão e evitar prejuízos aos produtores locais. Diante de uma crescente produção, mas com preços pouco competitivos no mercado internacional, o Paquistão busca subsidiar suas exportações de açúcar. A medida, entretanto, não agrada o país vizinho.

Segundo a Isma, atualmente a importação do Paquistão não é viável. Entretanto, se começar a aumentar a possibilidade da entrada da oferta do país vizinho, "especialmente se o Estado de Sindh (importante região produtora) notificar algum subsídio, o governo da Índia está disposto a aumentar adequadamente a taxa de importação", disse a instituição, em nota, após reunião com Departamento de Alimentação do país na sexta-feira (5). Segundo a Isma, a lei aduaneira indiana permite elevar para até 100% a taxa dentro de alguns dias. "O governo consideraria aumentar as taxas para retirar toda importação desnecessária e dar conforto ao mercado", explicou.

A associação se reuniu com o departamento de alimento do país para debater a situação do setor açucareiro. Segundo a Isma, os preços do alimento caíram mais de 10% desde outubro de 2017. "Mas isso não foi embasado por fundamentos, mesmo diante dos ganhos de produção entre outubro e dezembro de 2017 na comparação com o ano passado", disse. Os estoques no dia 31 de dezembro de 2017 ficaram em 8,5 milhões de toneladas, abaixo dos 9,9 milhões de toneladas no dia 31 de 2016.

Já sobre a produção de 2018/19, a Isma disse ser "irreal" debatê-la agora, já que nem 15% da cana-de-açúcar foi plantada e muita coisa ainda pode acontecer. "Portanto, julho de 2018 será um momento melhor para ter qualquer ideia preliminar sobre a produção 2018/19." A afirmação veio para acalmar os produtores, já preocupados com os baixos preços do alimento. Segundo a agência, se um superávit começar a se desenhar para a temporada futura, medidas serão adotadas.

Fonte: O Estado de S. Paulo – 10/01/2018

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